24 de dez. de 2007

Construção - Cara e Cultura Negra

O projeto Cara e Cultura Negra 2007 - Festival de Cultura Afro-Brasileira, realizado de 17 a 23 de dezembro no Setor Cultural sul (antigo Touring Club) esteve lá, mas pouca gente viu. A entrada era franca e a exposição quase não foi visitada. Uma pena.
É importante lembrar: o Setor Cultural não era, de acordo com Flávia Portela, prefeita do Conic e organizadora do evento, o primeiro local pensado para abrigar a mostra. A idéia inicial é que fosse relizada na parte externa da Biblioteca do Conjunto Cultural da República . Talvez por isso, a exposição não estivesse com a ordem e organização esperadas pela Prefeitura. Alguns dos cartazes, que traziam informações e fotos das várias nações africanas, ainda estavam sendo afixados às paredes no instante da nossa visita (já no quinto dia do evento). Os ambientes, ainda com alguns recalques da Casa Cor (último evento do espaço), pareciam algumas vezes propositalmente ‘rústicos’, outras puramente desorganizados.
A riqueza que saía daquelas paredes, porém, não pôde ser ignorada. Os slides negativados da artista Silvana Leal, por exemplo, estavam definitivamente em destaque. Na sala mais ampla e bem distribuída do espaço, vidros gigantes com os ‘quadros’ de Silvana demandavam atenção.

Apesar das intempéries observadas, a proposta é inegavelmente legítima. Primordialmente didática, a exposição visou questionar de que forma a etnia africana participa da formação da sociedade brasileira. Por meio de fatos e movimentos relacionados a essa questão, debateu-se nos vários murais a influência negra na língua, na culinária, na moda e nas políticas públicas existentes. Destaque para a sala “11 negros de expressão”, na qual, por um breve histórico, foi elucidada a importância de nomes como Zumbi, Malcom X, Mandela, Nzinga Mbandi, Milton Santos...
Portanto, palmas para a tentativa de sobrepor a cultura à repetição e mesmice de alguns eventos na cidade. Valorizar a arte como forma de expressão é saudável e sem contra-indicações. Independentemente da etnia, aprender com a fusão de todas as “caras e culturas” é sempre positivo.
Da equipe d'o balde.
Texto: Alexandre Isomura e Pedro de Oliveira
Fotos: Ví Inícios




Um comentário:

Anônimo disse...

Tão importante quanto a exposição é haver quem a reverbere!

Parabéns!