Sente-se - Cruzando Mares

Cruzando Mares...

Um dia um sorriso de criança pairou sobre o mar e disse às sereias que parassem de cantar. As lágrimas das sereias se misturavam com o forte desejo de não haver crianças em nenhum lugar. As virtudes do mundo não mais profundo, mas num duelo de morte pela sorte. As sereias não mais cantavam nem o sussurro do vento se pronunciava mais, nem o mar bailava sua dança estridente, sua formosura exuberante um azul meio anil. No caminho, cavernas pareciam abrigos de desconhecidos de navegantes do infinito. Um dia passa, mais uma vez o sol se abraça e a correria da vida não mais passa. Agora é só esperar as estrelas correrem e lançarem seus olhares marotos. A solidão pairava. A paisagem rústica de um navio esquecido pelo tempo e lembrado pelo vento que aconchega o tremendo medo de ser só - a eternidade. Nas aventuras destes caminhos encontrei amigos. Todos se foram e eu fui esquecido... A vida, vida maldita, ela é a morte sem ferida. A eternidade calejada pelo mundo, mundo escuro, mas iluminado pelo lampião de meu navio esquecido, talvez nunca visto. A lua desenhava minha vida no horizonte desta maresia, já não suportava ter um oceano inteiro sem um amigo do meu lado, quem sabe? No amanhecer do dia no cair da lua na poesia da certeza de que um sol sempre brilhará meu dia e que na noite haverá sempre uma estrela para me velar...

Texto: Alen Guimarães, o Poeta dos Ventos - do Livro Candeias de Mim

Foto: Alen Guimarães

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