10 de fev. de 2008

Sente-se - A ti...

A ti...

Quando identifiquei os teus vícios e a crueldade do teu mundo, já estava apaixonado por ti...

Quando tu eras criança e eu também, nosso mundo não era diferente. Eras a mais bela de todas e tu te vendeste para entregares a mim o fruto do comércio de ti... Enchia-me de agrados e presentes que entre risos me entregavas feliz, fascinada por meu sorriso ingênuo... Éramos felizes? Muito!! Intensamente!!!

Grande ilusão! Grato por tua generosidade, não enxergava o caminho sórdido e sujo que percorrias, para depositar aos meus pés tantos mimos e sorrisos doces...

E tu, então?! Caíste na armadilha que tu mesma armaras para ti e para mim, no caminho inconseqüente de tua inocência que a vida ainda não turbara. Pobre de ti, minha amiga, que os anos ainda não marcavam pontos na tua infância interrompida há tanto tempo!

Quando, mais tarde, tu foste morar comigo, jamais imaginaria que o teu vício fosse maior que o teu caráter, tu me envolveste mais uma vez e foste responsável pelo rompimento meu e teu com todos os limites da nossa dignidade... Dignidade?!

Tu, agora, vendias barato o teu corpo para todos aqueles gringos porcos, dopava-os e roubava-lhes os dólares todos, despudoradamente... O fruto do teu roubo, usava-o para te drogares, e, eu, fraco, percorria o mesmo caminho colado a ti...

Insanidade tua e minha! Mas a vida continuava o tortuoso de seu caminho certo...

Hoje vejo-te, percebo-te, sofro por ti, mas tu não vês ainda... Tu ainda estás cega... Tu ainda acreditas que esbanjas a saúde e a beleza de outrora...

Tu, vestígio de um tempo que se perdeu nas marcas da minha vida e da tua vida...

Pobre de ti, minha amiga!

Pedro Ivo G. P. Oliveira (por e-mail)

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Awuelas palavras em A4. À puta de Arraial, que eu sei.

Pedrinho! Doce saudade.

SUBVERSIVO.