Onde mora a Cultura? Sim, aquela Cultura dos livros de antropologia, a Cultura de que o povo tem fome, a Cultura que os jornais tratam como lazer e entretenimento, aquilo que ninguém sabe explicar muito bem, mas tem certeza que existe. Cadê a Cultura? Quem sabe nas bibliotecas ou nos bares, nos países endinheirados ou na África, no quadro que você prega na parede ou no embrulho de peixe. Onde está a Cultura?
A Cultura pensada enquanto etiqueta leva a considerações interpretativas meramente classificatórias. Nulas quanto ao seu propósito e finalidade. Ao tratá-la como gênero, abolimos sua conceituação filosófica e delegamos a ela uma função acessória, não fundamental. Basta observar o nível de investimentos nessa área. Em 2009, o Governo Federal investiu R$ 500 milhões no Fundo Nacional da Cultura. Comparando-se com os R$ 200 milhões investidos em 2008, é um aumento animador. Porém esse capital tem apenas um fluxo, já que é investido em ações e projetos, em sua maioria, fachadas para outros propósitos. Não que sejam ilegítimos ou ilegais, mas mantém a Cultura como gênero e não como meio, forma de expressão. Centros de cultura que mais parecem casas de exposição, fundações que não servem à sociedade, etc. A Cultura longe de sua instrumentalização conceitual.
Pensar a Cultura como uma forma de expressão, parte da linguagem e ainda, como conceito estrutural para a socialização do ser-humano de forma mais harmoniosa é admitir que ela exista por um propósito essencial. Propósito de vincular as pessoas de um modo natural e instintivo. Vezes até livre de interpretações. A Cultura como uma maneira comum de comunicação e relação, parte do cotidiano e dos diálogos, anseios e impressões. A Cultura como conceito fundamental da vivência em harmonia.
Dia 26 de Setembro de 2009
O jornal independente O Balde realizou o seu evento de lançamento no Clube da Imprensa, em Brasília. Durante dez horas reuniu aproximadamente 130 pessoas em um ambiente de contemplação e discussão. Era um sábado de primavera.
peça Pas de deux
A torcida era para que não chovesse. Umas gotas até sim, pois o calor estava fatigante durante o dia. E a labuta começou cedo. Meses atrás, aliás. Meses de bastante pesquisa e descobertas, contas altas de telefone e muitos contatos gratificantes, parcerias eficientes e filosofia cultural. Desde o melhor lugar, as bandas, os filmes, a pipoca. A intenção era proporcionar horas de interação entre os presentes. Os presentes.
Paulo Ohana, Letícia Fialho e bandaInteração com documentários produzidos por universitários em diversas áreas. Um encontro com o som geógrafo-brasiliense-genuíno-impetuoso do Funk3Nota. Quem não fez questão de apertar a mão de Letícia Fialho e Paulo Ohana? Conversamos meio pessoalmente, meio pelo telefone com a peça Pas de deux. Lemos livros e trocamos de roupa, colocamos um acessório bonito, comemos uma pizza, tomamos uma cerveja. (Re)vimos amigos, parceiros, conhecemos pessoas novas. Desejamos “boa noite” e, antes de nos despedirmos, tomamos uma boa dose de Molécula Tônica para digerir toda a antropofagia.
Molécula TônicaEsperamos que tenham gostado. A proposta do jornal O Balde está estampada nessas cores, rostos, manchada neste blog, fincada na terra vermelha do Cerrado, voando por aí. Continuem por perto.
por Alexandre Isomuracréditos: Arthur Paganini
4 comentários:
Gostaria de parabenisar a iniciativa do jornal e do evento, não compareci ao evento mas pelas informações vi sua dimensão grandiosa. Com a colaboração de todos esse ideal só tem a crescer cada vez mais.
Espero estar presente nos próximos eventos e colaborando com esse projeto.
Abraços
Muito obrigado por acreditar e colaborar com esse projeto. Pensamos em realizar novos eventos em breve, só depende da parceria de todos interessados.
Um abraço.
O Balde.
Foi uma delícia. Algo conspira a favor de outra edição!
As atrações foram de primeira! Pra gente ver que a cultura somos nós e há algo mágico quando cada um reúne seu melhor pra coisa acontecer.
Vida longa ao Balde!
Realmente algo conspira em favor de outra edição. Juntemos pensamentos, ideias e atitude para tornar a sétima edição possível. O Balde está se enchendo.
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