
Quem mora numa cidade como Brasília – natureza e concreto poeticamente apaixonados – deve ter mais zelo pela Arte. Priorizar o esclarecimento estético ante a estrutura econômica traz, não somente o entendimento acerca do belo, mas também uma leitura de mundo enraizada em valores culturais.
A UPIS – Faculdades Integradas promove entre os dias 5 de dezembro e 15 de janeiro a 1ª Bienal de Artes de Brasília. Em um espaço de 15.000 m² de exposições distribuídas em várias salas da instituição, 105 artistas exibem telas, esculturas, conceitos, idéias. Com visitas monitoradas por estudantes da UPIS, os minutos (ou horas) gastos surpreendem

todos os sentidos. Desde as araras e tucanos de Laurice Nôleto, passando pela releitura da obra
Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, nas esculturas de Otávio Costa e Ricardo Stumm, quem se deixa levar pelos momentos de silêncio e reflexão atinge, no mínimo, um autoquestionamento necessário.

Por meio de traços e anseios, esses artistas buscam inserir um incômodo positivo nos pensamentos rasos e cotidianos mais comuns. Ao ver
As Líneas Del Flamenco de Carmen Schmitz ou os corpos pintados por Irany e Roxo, talvez possa entender melhor a psicodelia de Baravelli e de Peticov ou mesmo interagir espiritualmente com a estação montada por Nemm Soares. Ganhe a tarde imaginando o passeio de Lelo pelas romarias do Nordeste. Nomes como Jô Soares e Maciej Babinsky também compõem o grupo de expositores.

O importante é permutar o modo como se enxerga o tempo ou a paciência. Essa iniciativa não objetiva mudar o mundo, mas expandir seus limites. Expansão de conceitos preguiçosos.
Texto: Alexandre IsomuraFotos: Gabriel Morais
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