Atualmente vivemos de imediatismos, pressa e simultaneidades. Vemos o tempo passar e pouco dele aproveitamos. Com isso, a relação entre as pessoas segue o mesmo caminho, tornando-se cada vez mais escassa e superficial. O projeto do jornal independente O Balde busca subverter essa tendência por meio de uma valiosa ferramenta: a comunicação. Havia um tempo em que as pessoas paravam para ler os jornais do dia e iam às praças, às padarias, às ruas para discutirem as notícias e acontecimentos, construindo uma opinião pública concisa e ativa, plural e progressiva. O Balde busca resgatar a interatividade entre a sociedade e os fatos, entre o jornal e o leitor. Para isso, o projeto baseia-se na conjunção de pensamentos e estilos literários, em diferentes formas de expressão e opinião.
O alicerce é a livre colaboração dos leitores, que podem contribuir com textos, poesia, fotografia, vídeos, ilustrações, ideias, etc. Enfim, tudo que couber no balde, a fim de democratizar o espaço de debate e assim propor soluções efetivas para um relacionamento mais harmonioso entre as pessoas.
Pensado de forma a propagar elementos culturais, o jornal não se prende à editoria de Cultura, o que pretendemos fazer é noticiar utilizando expressões culturais. Por meio de um texto conjugado a uma imagem ou por meio de um documentário, por exemplo, a intenção é levar o receptor a uma reflexão de si e do mundo. Assim, O Balde objetiva um resgate de conceitos mais fundamentados, o que leva a uma relação humana mais profunda e social.
Equipe
O Balde conta com uma equipe de profissionais e universitários de diversas áreas que gerenciam as colaborações, realizam produções e encaminham os projetos apresentados, catalisando ideias e habilidades. Não há uma equipe fixa, pois como todos estão convidados a sugerir ideias e trabalhos, o jornal conta como equipe todos os colaboradores e parceiros. Há apenas uma equipe permanente de conselheiros e gestores. Essa equipe é responsável por manter a integridade e a unidade do O Balde, dando a palavra final para o encaminhamento dos projetos.
Direção e edição: Alexandre Isomura Designers: Gabriel Morais e Estevão Mendes Produção: Pedro de Oliveira e Tatiana Várzea Divulgação: Saulo de Barros Programador: Bruno Trindade
Participe também dessa rede colaborativa. Vamos conversar, sentar, tomar um café. Entre em contato conosco e catalise suas ideias. Você é muito bem-vindo.
Construção - Dia 2 - Vagalumes numa nuvem de poeira de neon
Sereno
Para a poesia, tira-se o paletó e a gravata. Há a entrega de nervos e arrepios. Diversos sentimentos parecem se encontrar e se complementarem. E como que viciados nessa lucidez, os pensamentos respiram, oxigenam as raízes e simplificam as idéias. “Com passos de lã” , como canta Chico Buarque, fugimos da agonia.
Manuel de Barros está certíssimo quando diz que tudo serve para a poesia. E a poesia serve a todos. Basta sofrer para ser poeta, basta curar para ser poesia. A lagartixa que come rios é poesia. O lodo das estrelas é muito importante para a poesia. É a provocação sem maldade, pois explorar os vários significados de uma palavra demanda honestidade.
Precisamos de Augusto dos Anjos como boa noite. Viver num lugar comum, com manhãs serenas e plenas. O acúmulo de preocupações nos faz perceber pouco; olhamos em vez de observarmos. Entramos na simultaneidade, as pessoas não sabem fazer projetos, vivem uma ansiedade terrível. Uma dose de poesia faria bem.
Capas de jornal deveriam ilustrar Ferreira Gullar, Castro Alves, João Cabral de Melo Neto ou tantos outros geniais poetas nacionais. Devemos viver em poesia, pois as palavras são humildes, a tonalidade que é impostora. Em tempos de arrependimentos descartáveis, versos podem ser a solução. Sonetos tranqüilizariam o trânsito, as filas e o calor. E não estamos muito longe.
Texto-notícia baseado na segunda noite do Sarau da Primavera – 100 horas de poesia, que acontece no Clube da Imprensa desde o dia 19 de setembro e termina à meia-noite deste domingo. A equipe do jornal o balde. esteve presente nas duas primeiras noites do evento que reúne pessoas comuns, pessoas. Não há luxo, há verdade.
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