7 de mai. de 2008

Coberturas

Ofício da arte

O homem dispõe da memória para apreender e refletir sobre experiências de vida. E de diversas formas, tenta prolongar, ao máximo, o contato com o passado. De pinturas rupestres aos manuscritos, de documentos fotográficos aos vídeos, as lembranças podem ser materiais, palpáveis.

A exposição Retratos de Família mostra a evolução da fotografia como ofício para eternizar as lembranças familiares. Inerentemente, enaltece a fotografia como arte e ilustra conceitos estéticos e sociais desde 1850.

Comuns, os retratos pintados foram as primeiras imagens de membros da família a perdurarem às próximas gerações. No entanto, o trabalho era penoso. Assim como as primeiras tentativas de fotografar, reproduzir as pessoas na tela demandava tempo e paciência, sem ao certo, saber da qualidade do produto ao final do processo.

Alguns métodos possibilitaram encurtar o tempo de exposição e obter uma maior nitidez nas fotografias. O ambrótipo é um exemplo. Impressa sobre o vidro, a imagem se forma a partir de um suporte com clara de ovos para dissolver os sais de prata usados nas máquinas fotográficas. Por isso há o tom amarelado nas fotos velhas. Com a ajuda de Dom Pedro II, mais informações e técnicas foram introduzidas no Brasil. Tornou-se cada vez mais fácil e barato perpetuar uma lembrança familiar.


Logo, mais membros das famílias podiam ser fotografados juntos. Os cenários também se diversificaram. Antes, predominavam elementos estáticos, como móveis, plantas, roupas luxuosas. Agora, o fotógrafo precisa pensar em mais elementos, além de novos comportamentos das pessoas a serem fotografadas. Sorrisos, sensualidade, relaxamento tomaram o lugar da seriedade e da imobilidade das primeiras imagens.

Com a massificação da técnica e do acesso aos materiais para fotografar, a informalidade passou a ser uma característica dos retratos familiares. Em vez da figura rara de fotógrafo, os amadores e pais de família começaram a fazer o trabalho, antes delegado aos profissionais. Cada um impunha um estilo próprio à fotografia, diversificando conceitos e bifurcando opiniões.


Retratos de família
exibe por meio da história a importância, desde sempre, de lembrar os antepassados. E mais ainda, o fato de que a fotografia está em evolução e depende da sensibilidade do fotógrafo para perceber mudanças sociais que desencadeiam uma reciclagem estética e conceitual da arte.


Serviço
Horário: De 12 de abril a 11 de maio
De terça a domingo, das 9h às 21h
Endereço: Caixa Cultural - Galeria Vitrine, SBS Qd. 4 Lote 3/4,
anexo ao edifício Matriz da Caixa
Preço: Entrada franca

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