5 de mai. de 2008

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O terceiro mais importante do país

Criado em março de 1985, o Jardim Botânico de Brasília (JBB) realiza diversos trabalhos
voltados à comunidade. Além da preservação e educação ambiental, faz pesquisas científicas e mantém projetos sociais na capital. Entretanto, com uma equipe reduzida e falta de verba o JBB é relativamente autônomo, mas dependente dos recursos da secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Semarh). O Jardim Botânico luta para dar continuidade aos serviços prestados à população, como a manutenção de algumas áreas verdes na cidade.


Situado próximo ao córrego Cabeça de Veado, entre a QI 15 e a QI 23 do Lago Sul, o único
jardim botânico do Cerrado possui 4.500 hectares, divididos em área de visitação e estação ecológica. O visitante dispõe de um bioma preservado, salas de exposições, vários jardins, um mirante natural e monitores especializados em educação ambiental. O lugar também disponibiliza espaço apropriado para crianças, com uma biblioteca infantil. “Gosto de andar de bicicleta aqui. Não tem carros, nem barulho e posso aproveitar o verde perto de casa”, conta o empresário Matheus Pantoja.

A equipe do JBB, porém, é pequena para dar conta de todas as atividades. “Fiscalizar a área é muito difícil. Sempre estamos atentos a incêndios e, agora, com a invasão dos condomínios perto do Jardim Botânico. A equipe realmente é enxuta”, afirma a superintendente técnico-científica do local, Kumiko Mizuta. Além do número pequeno de funcionários, a instituição ainda sofre com a burocracia para a aprovação e apoio a projetos junto ao governo. “Ainda buscamos uma autonomia. Por enquanto, trabalhamos com o que temos”, diz Kumiko.


Um dos projetos em andamento é a educação integrada junto à secretaria de Educação.
Segundo a superintendente, 150 crianças de São Sebastião recebem aulas de preservação ambiental no período vespertino. Outro projeto é o Jardim do Saber – qualificação de jovens para a profissão de jardineiro – ligado a 40 escolas públicas no Distrito Federal. “Queremos formar 100 jardineiros em dois anos. Formados, eles serão responsáveis por planejarem e executarem jardins nas escolas em que estudaram”, explica Kumiko.


A pesquisa da flora e da fauna e a extensão dos estudos também têm espaço no JBB. Atualmente, dez equipes trabalham na estação ecológica para concluir pesquisas e teses de doutorado. O técnico de laboratório Josué Inácio Lemos trabalha com a reprodução e germinação de sementes de orquídeas. “Do laboratório, onde são germinadas, as sementes vão para o orquidário para se desenvolverem”, explica Lemos. As orquídeas adultas entrarão em um pré-projeto do JBB, que visa ornamentar as entradas das quadras residenciais do Plano Piloto com as plantas.


Vários segmentos da sociedade são beneficiados com os serviços do terceiro mais importante Jardim Botânico do país, só atrás do Rio de Janeiro e de São Paulo, de acordo com a rede de Jardins Botânicos Brasileiros. No entanto, essa notoriedade não traduz a relação que o JBB tem com a capital. “Fico triste em ouvir: moro há 20 anos em Brasília e nunca vim ao Jardim Botânico”, lamenta Kumiko. Conscientizar-se da importância dessa instituição para a cidade é benéfica. “O JBB não é de ninguém, é de todos nós. Queremos mais apoios e parcerias com as faculdades. Nós convidamos os estudantes a participarem”, pede.

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